Minas Gerais

REFORMA AGRÁRIA

Justiça faz visita técnica na ocupação do MST, em Lagoa Santa, e audiência de conciliação é marcada para quarta (13)

Mais de 500 famílias enfrentam cerco policial, desde sexta (8); Em nota, movimento repudia declarações de Zema

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Foto - - Flora Vilela/MST

Com quase 72 horas de cerco policial na ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Juiz de Direito da Vara Agrária de Minas Gerais, Luiz Felipe Sampaio Aranha, fez uma visita técnica ao local, nesta segunda-feira (11). Uma audiência de conciliação foi marcada para quarta-feira (13), às 9h30. 

Também participaram da visita técnica a superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Neila Batista, e a vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Bella Gonçalves (Psol). 

Representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Gabinete de Segurança Institucional do governo do estado também foram convocados, mas não compareceram. 

A expectativa do MST é de que, após a inspeção, seja restabelecido o direito de ir e vir das mais de 500 famílias ocupantes da Fazenda Aroeiras. O movimento afirma que há pessoas no acampamento que necessitam de tratamento de hemodiálise, crianças que precisam ir pra escola, assim como familiares que desejam entrar no acampamento, e que estão tendo seus direitos violados.

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Desde a última sexta-feira (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres, quando as mulheres do movimento ocuparam o terreno, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) está impedindo o trânsito de pessoas e autoridades que estão na ocupação, sem ordem judicial. O MST reivindica que a área seja destinada à reforma agrária. 

“O MST pede que seja finalizado o cerco policial ao acampamento, que viola o direito de ir e vir das pessoas, além de dificultar a entrada de suprimentos necessários para garantir a integridade das famílias acampadas”, reivindica o movimento. 

MST repudia declaração de Zema

Na noite de domingo (10), o MST publicou uma nota repudiando as declarações de Romeu Zema (Novo) sobre a ocupação. Nas redes sociais, o governador afirmou que a Fazenda Aroeiras é produtiva, ou seja, cumpre com sua função social. Porém, o movimento afirma que o terreno está abandonado há quase dez anos. 

“Zema debocha do sistema de Justiça mineiro, que já indeferiu o pedido de liminar de reintegração dos supostos proprietários, já que esses não conseguiram demonstrar que têm a posse da terra”, avalia. 

“O MST não ocupa terras produtivas e a ocupação de terras é um direito legítimo, consagrado na Constituição Federal. Zema revela total desprezo à democracia, às leis, ao sistema judiciário e, principalmente, ao povo de Minas”, complementa o movimento.

Campanha de solidariedade

O MST convoca apoiadores, artistas, parlamentares e a população em geral a expressarem solidariedade ao movimento, contribuindo com doações de alimentos e recursos para as famílias assentadas.

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Edição: Leonardo Fernandes