Rio Grande do Sul

TEATRO NEGRO

Caixa-Preta é premiado mais uma vez em Belo Horizonte nesta segunda-feira (11)

O grupo é pioneiro do moderno teatro negro no Rio Grande do Sul e um dos coletivos mais premiados no país

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O Grupo Caixa-Preta recebe o destaque Ancestralidade, uma das modalidades do Prêmio Leda Maria Martins por seu espetáculo Transegun, do escritor paulista Cuti, com direção de Jessé Oliveira - Foto Carlos Cruz

O Grupo de Teatro Caixa-Preta recebe em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (11), o destaque Ancestralidade, uma das modalidades do Prêmio Leda Maria Martins por seu espetáculo Transegun, do escritor paulista Cuti, com direção de Jessé Oliveira.

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O Caixa-Preta é um dos mais premiados coletivos negros do Rio Grande do Sul, tendo recebido, entre outros, o Prêmio RBS de melhor espetáculo do Júri Popular, no Açorianos de 2005, quando também recebeu o Prêmio de Melhor Trilha Sonora, além de outras seis indicações, pelo icônico Hamlet Sincrético. Também recebeu o Prêmio Florencio de Melhor Espetáculo Estrangeiro, pela Associação de Críticos do Uruguai em 2007.

“Reintegração de Posse” é o tema do Prêmio Leda Maria Martins 2023, essa expressão traduz o pensamento da artista e educadora Erica Malunguinho para desenvolver que “reintegração de posse é dar continuidade histórica a passos que vêm de longe” (2019). A partir desse contexto, esse pensamento orienta o processo de seleção dos projetos cênicos contemplados no 7º Prêmio, por meio da comissão de curadoria/júri formada por Alexandra Dumas (artista e professora da UFBA), Denilson Tourinho (artista, doutorando pela UFMG e coordenador do Prêmio LMM) e Marcos Alexandre (artista e professor da UFMG).

O Caixa-Preta é pioneiro do moderno teatro negro no Rio Grande do Sul e no Brasil, surgiu no cenário artístico gaúcho no ano de 2002 como um coletivo comprometido com o desenvolvimento de uma linguagem cênica fundada na identidade e cultura negro-brasileira.

Em sua trajetória realizou espetáculos como: Transegun (2003), Hamlet Sincrético (2005), Antígona BR (2008), O Osso de Mor Lam (2010), de Birago Diop, o monólogo Dois Nós na Noite (2010), Ori Orestéia (2015) e Sincrética Noite (2019). Lançou a Revista Matriz (2010) e o livro Hamlet Sincrético – Em Busca de um Teatro Negro (2019). Entre os anos de 2006 e 2012 realizou, ininterruptamente, o Encontro de Arte de Matriz Africana, trazendo alguns dos mais destacados coletivos e pesquisadores negros de artes cênicas.

A sétima edição do Prêmio Leda Maria Martins acontece no BDMG Cultural, em Belo Horizonte/MG. Esse evento celebrativo das artes negras já se tornou referência local e nacional, principalmente por contemplar projetos cênicos de variados tempos e regiões do Brasil.


Edição: Katia Marko