Minas Gerais

CIDADANIA

Em região periférica de BH, espaço público transforma a vida da população com a agroecologia

Iniciativa busca combater a insegurança alimentar, a partir da coletividade e sustentabilidade.

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O Cevae Serra Verde, localizado na região de Venda Nova, possui mais de 20 mil metros quadrados, com uma estrutura aberta às comunidades do entorno. - Foto: flickr/ CMBH

A capital mineira possui cinco Centros de Vivência Agroecológica (Cevae), que são geridos pela Prefeitura de Belo Horizonte e têm o objetivo de contribuir com o desenvolvimento das comunidades onde estão localizados, a partir da coletividade e sustentabilidade.

Entre as principais diretrizes dos Cevae, estão as práticas de educação ambiental, a melhoria nutricional da população, o protagonismo popular, a geração de renda e a preservação ambiental.

As cinco estruturas estão localizadas em periferias do município: Taquaril, Serra Verde, Morro das Pedras, Coqueiros e Capitão Eduardo, onde os índices de insegurança alimentar são mais elevados.

O Cevae Serra Verde, localizado na região de Venda Nova, possui mais de 20 mil metros quadrados, com uma estrutura aberta às comunidades do entorno. Fábio Silveira Cruz, que é o gerente do centro, explica que a estrutura foi criada em 1996, com o objetivo de ajudar a população que vive da agricultura familiar.

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O espaço tem atualmente 20 famílias cadastradas, que podem utilizar a área do Cevae, de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 17h, para o plantio de alimentos.

“A gente vê que a população cresceu sem áreas para plantio, voltadas para consumo próprio ou venda. Essa é uma das finalidades dos Cevae de Belo Horizonte. Os horticultores são cadastrados e têm aqui as suas hortas. Eles fazem suas atividades aqui, o plantio e o cultivo de hortaliças, frutas e legumes”, comenta.

Para Fábio, os centros são uma oportunidade das cidades grandes se encontrarem com o consumo de alimentos saudáveis.

“Nas cidades grandes, quase não temos mais consumos de hortaliças. Nós estamos em Belo Horizonte, quase não tem mais espaço para construção de hortas no município. Hoje são só prédios e casas fechadas”, avalia o gerente do Cevae Serra Verde.

Uma das agricultoras que utiliza o local para produção de alimentos, Maria Neves Luiz, de 76 anos, frequenta o Cevae Serra Verde desde a sua criação. Ela conta que utiliza o espaço para plantar diversas hortaliças.

“Eu acho ótimo. Todo mundo aqui é muito bom e eu não tenho nada a reclamar, durante todo esse tempo que estou aqui. Eu planto minhas plantas, tenho minhas couves, almeirão, beterraba, quiabo. O que pode plantar eu estou plantando ”, relata.

A região onde está localizado o Cevae Serra Verde possui uma população que, em grande parte, é oriunda do êxodo rural e, portanto, possui uma relação profunda com a terra.

Júlia Jácome, que é coordenadora do centro, explica que essa característica associada à baixa renda dos moradores dos bairros atendidos pelo Cevae tornam a estrutura ainda mais valiosa para as comunidades.

Ela conta que, além de proporcionar uma vida mais saudável, por meio da alimentação, o espaço ainda oferece um conjunto de oficinas e possui parcerias com o Centro de Saúde da região.

“Aqui no espaço a gente desenvolve alguns projetos. Um deles é voltado para a agroecologia e produção da compostagem. Também atuamos com um grupo de mulheres, por meio da integração das plantas medicinais e da ginecologia natural. Também temos uma atividade semanal, oferecida aos idosos, em parceria com o Centro de Saúde. E, também o Arte da Saúde, que é voltado para crianças do bairro”, relata.

O Cevae Serra Verde fica na rua Sebastião Gomes Pereira, número 140, no bairro Serra Verde.

Edição: Larissa Costa