Bahia

Mãe Bernadete

Ato inter-religioso por Mãe Bernadete será realizado no quilombo Pitanga dos Palmares

Ato acontece neste sábado (02), a partir das 10h, com participação de diversas organizações da sociedade civil

Salvador |
Organizações farão ato inter-religioso no quilombo Pitanga dos Palmares para cobrar justiça para as mortes de Mãe Bernadete e Binho do Quilombo - Divulgação

Um ato inter-religioso será realizado na Associação Etno Muzanzu Quilombo de Pitanga dos Palmares, neste sábado (02), a partir das 10h, com o propósito de fortalecer as mobilizações por justiça para os assassinatos de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, e sua mãe, Maria Bernadete Pacífico.

O local do assassinato de Mãe Bernadete receberá lideranças do movimento social, comunidades religiosas, sociedade civil organizada e representantes do poder público para construir um ato de amor e luta por justiça. Os organizadores destacam a importância da força da ocupação do território, agora sagrado, sacralizado pelo ejé/sangue vertido em seu solo que se torna um símbolo de resistência, esperança e fortalece a crença de que o direito à vida sem medo, para todas as pessoas é possível.

A programação também terá um momento de partilha de alimento, uma refeição colaborativa construída por todos os presentes. Uma prática de fortalecimento que envolve conexões culturais, simbólicas e sagradas nas relações sociais do povo de religiões de matriz africana e para as comunidades tradicionais com os seus territórios.

A Diretora Executiva de Koinonia, Ana Gualberto, destaca a importância do ato de comer para a população de religiões de matriz africana que significa honrar a ancestralidade e lutar pela própria existência dentro em um sistema capitalista e colonizador. “Ao partilharmos alimentos, partilhamos vida, prosperidade, saúde, amor. Em meio a tanta violência é preciso demonstrar o amor e fortalecer a comunidade. Este ato inter-religioso é para provar que a comunidade quilombola não está sozinha”, explica.

O ato está sendo organizado por Koinonia em parceria com a Rede de Mulheres Negras da Bahia, Coletivo Iya Akobiode, Coalizão Negra por Direitos e CESE, com o objetivo de exigir que o Estado haja com isonomia e reafirme o seu compromisso com o estado democrático de direito.

Edição: Gabriela Amorim