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Rede Brasileira de Mulheres Cientistas lança campanha #AssédioZero em busca de adesão do governo federal

Pesquisa recente mostrou que maioria das instituições de ensino superior não possui políticas de prevenção

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Este foi o primeiro caso de demissão por assédio sexual em uma universidade federal do Paraná
Este foi o primeiro caso de demissão por assédio sexual em uma universidade federal do Paraná - Reprodução

A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, que reúne pesquisadoras de todo país e tem por objetivo compilar dados bem como promover ações em prol das mulheres, lançou a campanha nacional #AssédioZero nas instituições de ensino superior. A ideia é, por meio de lives mensais, buscar a adesão dos ministérios da Educação, Justiça, das Mulheres e de Direitos Humanos e da Cidadania para a causa feminina.

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A campanha chama quer estimular o debate para chamar a atenção e combater a cultura do assédio que atinge professoras, estudantes, técnicas administrativas e profissionais terceirizadas nos espaços acadêmicos.

Em pesquisa realizada pelo Data Popular e Instituto Avon, em 2015, com 1.823 universitários, 67% das estudantes afirmaram ter sofrido violência sexual, psicológica, moral ou física praticada por um homem em instituições de ensino superior.

Segundo o estudo "O perfil do cientista brasileiro em início e meio de carreira” (2022), 47% das mulheres sofreram assédio sexual e 67% foram vítimas de assédio moral durante a carreira (Academia Brasileira de Ciências - ABC).

Já a pesquisa realizada em 2020 por Bianca Beltrame, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 71 Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Brasil, demonstrou que a maioria das Ifes que responderam ao questionário, 52,3%, ainda não possui qualquer política de prevenção ao assédio. Destas, 70% também não possuem medidas de combate ao problema.

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"Frente a esta grave realidade, contamos com o seu apoio na mobilização para dar visibilidade ao tema e solicitar para as coordenações das universidades públicas e institutos federais a implementação de medidas de prevenção contra assédio moral e sexual, protocolos de encaminhamento das denúncias e acolhimento das vítimas", afirma comunicado da Rede.

As lives que ocorreram até agora estão gravadas e podem ser assistidas no canal da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

Edição: Eduardo Miranda