Na manhã desta segunda-feira (10), ocorreu a inauguração do Museu de Arqueologia de Pilões pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobras Chesf). O museu abriga uma coleção com mais de 200 peças arqueológicas e 22 conjuntos funerários dos povos Tupiguaraní e Aratu, encontrados no solo próximo à subestação de Pilões, localizada no interior da Paraíba.
Reprodução / Foto Reprodução
O prédio do antigo Mercado Público da cidade, cedido pela Prefeitura local, foi reformado pela Companhia em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outras entidades, para servir como local de abrigo do novo Museu.
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As peças foram descobertas durante as escavações para a construção da subestação de Pilões em 2009, revelando a existência de um sítio-cemitério pré-histórico indígena. Após um processo de curadoria coordenado pelo arqueólogo e professor Marcos Albuquerque, as peças estão agora disponíveis para exposição à comunidade no museu.
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"Esse museu mostra a importância do trabalho de fiscalização dos licenciamentos ambientais realizado pelo Iphan para a preservação do nosso patrimônio cultural. As urnas funerárias de tradição aratu e tupi foram encontradas durante a realização de empreendimentos da Chesf e Energisa na zona rural de Pilões. Entre tantos trabalhos nesse grande projeto, me envolvi na elaboração do Plano Museológico e na concepção da exposição, junto com uma equipe multidisciplinar muito bacana, do Iphan, Chesf, UFPE, REM-PB, Ibram e outros.", comenta Atila Tolentino, sociólogo e especialista em Património cultural e museologia.
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Luciana Borges Dubeux, da Superintendência de Gestão Ambiental da Eletrobras Chesf, explicou que, graças à mobilização da comunidade local, a Prefeitura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional concordaram em construir um museu arqueológico na cidade.
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"Por meio de um Termo de Compromisso com o Instituto, a Companhia ficou encarregada de reformar o antigo prédio cedido pela Prefeitura de Pilões, que agora abrigará o museu arqueológico e será o local de exibição das peças encontradas", disse ela.
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Salvaguarda do sítio arqueológico
O sítio em questão foi descoberto na área planejada para a construção de uma subestação de energia pela Eletrobras Chesf, próxima à cidade de Pilões. Como não era possível preservá-lo no local, foi realizado o salvamento do sítio, resultando no resgate de 56 conjuntos funerários associados à Tradição Ceramista Aratu e um conjunto de recipientes associados à Tradição Ceramista Tupiguarani. Para executar o projeto, foi contratada mão de obra local, que recebeu treinamento prévio para trabalhar junto com a equipe técnica.
Durante as escavações, abertas ao público, a comunidade teve a oportunidade de acompanhar todo o desenvolvimento da pesquisa. A coleção de artefatos cerâmicos identificados inclui urnas funerárias com e sem tampa, panelas, tigelas, pratos ou assadores, fusos, cachimbos de cerâmica e materiais líticos.
O conteúdo arqueológico resultante das escavações foi enviado ao Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, onde passou por curadoria e restauração antes de ser temporariamente guardado pela instituição até sua transferência para o Museu de Arqueologia de Pilões. As peças foram recebidas em 19 de junho de 2023 pela equipe da Prefeitura de Pilões e pelo Dr. Juvandi de Souza Santos, arqueólogo responsável pelo Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba.
Edição: Cida Alves