Paraíba

DIÁLOGOS

No RN: Congresso Nacional de Policiais Antifascismo teve Luis Couto como palestrante

Também participou o paraibano Tentente Pereira, Coordenador do Movimento Policiais Antifascismo da Paraíba

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Ilustração - Card: Reprodução

O Movimento dos Policiais Antifascismo realizou, nos dias 23, 24 e 25 de março, o 3º Congresso Nacional de Policiais Antifascismo, em Natal (RN), no Cemure (Centro Municipal de Referência a Educação do Rio Grande do Norte).

O Congresso tem por objetivo dialogar com a sociedade e o poder político para definir uma pauta mínima propositiva para a formulação de um modelo democrático de segurança pública para o Brasil.

Operadores de segurança pública de todo o Brasil, de vários estados, como policiais militares estaduais, Bombeiros Militares, ativistas, especialistas e personalidades políticas se encontram com o objetivo de debater a segurança pública na perspectiva de segurança cidadã e uma reforma profunda de modernização do Sistema de Justiça Criminal, sejam as polícias, no sistema penal, e na justiça.

O tema do Congresso este ano foi: “Por uma Segurança Pública Democrática, Antifascista e Antirracista”. No primeiro dia, dentre outros palestrantes, participou o ex-deputado federal Luiz Couto, pré-candidato a deputado federal na Paraíba na mesa: “O fascismo no Brasil, ontem e hoje, suas causas, consequências e conjuntura”


Luis Couto / Foto: Arquivo Pessoal

Luis Couto já teve quatro mandatos como deputado federal, e dois mandatos como deputado estadual. Também foi Presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos. Ele vem já há bastante tempo acompanhando a questão da segurança pública no Brasil.O evento teve a participação de Jesse Souza, sociólogo, advogado, professor universitário, escritor e pesquisador brasileiro.

Também participou o paraibano Astronadac Pereira (Tentente Pereira), que é Psicólogo com especialização em Criminologia e Psicologia criminal, com uma forte atuação nos movimentos sociais e no Fora Bolsonaro Nacional, Coordenador do Movimento Policiais Antifascismo da Paraíba, representando a ala antifascista, progressista e de esquerda na área da Segurança Pública. O BdF PB conversou com o ativista. Confira


Astronadac Pereira / Foto: Internet

BdF: O que é o Movimento Antifascismo?
Tenente Pereira: Para definir o que o antifascismo, é necessário dizer primeiro o que é o fascismo, que é um movimento que parte do pressuposto da violência para a chegada ao poder, através de um discurso violento, de exclusão social, preconceito e toda forma de abuso.

É um movimento que tenta formar um regime no país, e coloca a ditadura como um centro político, ou seja, um homem só controla tudo. E você vai ver o Hitler e outros que chegaram ao poder através da força, apesar do Hitler ter sido colocado democraticamente, mas o poder que me refiro em poder voltar é muito mais estabelecer e impor a guerra, a violência aos povos. 

O movimento antifascismo é a oposição declarada a todas as formas que tenha em sua ideologia o apoio a preconceitos, a violência, a tortura, agressão adignidade humana, da vida humana. O movimento antifascista é a favor da vida, pela democracia, pelas instituições democráticas e nós não aceitamos a discriminação de ninguém. A gente pensa que é importante que todos sejam acolhidos no sentido de fraternidade, igualdade e solidariedade, como determina a nossa Constituição.

BdF: E quando surgiu este movimento?
T.P: Surgiu nas polícias no Rio de Janeiro, em setembro de 2017, durante o seminário nacional dos Policiais. Eram vários policiais progressistas na sede da OAB, no Rio de Janeiro, e construíram a ideia de que, conjuntamente com outros estados, poderia ser criado um movimento dentro das polícias, dentro das forças de Segurança Pública, que pudesse fazer o contraponto e o debate porque, em essência, o fascismo está muito presente nas Forças de segurança do Estado, as forças repressivas, e é preciso entender o quanto é importante que as Polícias avancem para a Democracia, para os direitos humanos, para a solidariedade, para a igualdade e a fraternidade. 

Uma concepção de polícia cidadã, garantidora de direitos, e que os policiais sejam tratados como sujeitos de direitos, trabalhadores com direitos sociais.


'Nós não somos a polícia da esquerda, somos a esquerda da polícia' / Foto: Arquivo Pessoal

É fundamental entender os fascismos dentro das corporações, que permeia as mentes e corações que são expressas no dia-a-dia através dos braços da violência repressiva, da autoridade e, acima de tudo, ilegal.

BdF: Como é a atuação do movimento? 
T.P: O movimento antifascista na segurança pública é um movimento de atuação política, não institucionalidade e suprapartidária, formado por trabalhadores e trabalhadoras do Sistema de Segurança Pública, representados por policiais civis, militares, estaduais e Federais, e aí me refiro aos policiais Federais e rodoviários federais, modelo, guardas municipais, agentes penitenciários, do sistema socioeducativo, agente de trânsito, que defendem o antifascismo. E que esses policiais respeitem também os outros trabalhadores, cidadãos e cidadãs, que são trabalhadores e não trabalhadores, mas que seja respeitada a dignidade humana de forma geral. 

 

 

Edição: Heloisa de Sousa