Paraíba

ARTIGO

Casos de sífilis congênita aumentam na Paraíba durante a pandemia

Campanha “Sífilis, Vamos Cuidar Agora!” alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Ilustração - Imagem Reprodução

*Por Isabelle Mendes

A saúde pública enfrenta mais um grande desafio com a presença de altas taxas de incidência (novos casos) de sífilis tanto no país, como na Paraíba, em 2021.

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção que pode ser transmitida por via sexual, transfusão sanguínea e através da transmissão vertical, da mãe para o feto, quando a gestante com diagnóstico da doença não é tratada ou não realiza o tratamento adequadamente.

Embora seja uma infecção que apresenta tratamento acessível, efetivo e eficaz nas Unidades Básicas de Saúde na Atenção Primária, ainda há altas taxas da doença no país e no estado.

Nos últimos anos, a Paraíba vinha se mantendo abaixo da taxa nacional de sífilis congênita,  porém houve um crescimento importante no último ano. Em 2019 foram 6,4 casos na Paraíba e 8,5 casos por mil nascidos vivos no Brasil. Já em 2020, foram 6,3 casos na PB e 7,7 casos/1000 nascidos vivos no Brasil.

Em 2021 foram 9,0 casos/1000 nascidos vivos na Paraíba até outubro de 2021 (Boletins Epidemiológicos da Sífilis/SES-Paraíba/MS-Brasil, 2021). Os dados apontam alta incidência de sífilis congênita na Paraíba e no Brasil, ao consideramos como meta para a certificação de eliminação da transmissão vertical da sífilis a taxa ≤ 0,5 caso de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos (Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis/Ministério da Saúde, 2021).

Em outubro de 2021 foi lançada, nas mídias e redes sociais de cada estado a campanha “Sífilis, vamos cuidar agora!” pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde/LAIS/UFRN, tendo como foco a divulgação da importância da prevenção da sífilis congênita para gestores, profissionais de saúde, grávidas, puérperas e parcerias sexuais.

Dentre os objetivos da campanha, estão: alertar sobre os riscos da sífilis congênita e seus impactos na saúde e vida do bebê, visando mitigar os números referentes à doença; ampliar o acesso à informação sobre prevenção, manifestações clínicas e tratamento adequado da sífilis congênita; promover o debate junto à sociedade sobre a sífilis congênita, seus impactos para a saúde e a vida do bebê, a necessidade da testagem da mãe ao longo do pré-natal, das parcerias e da criança após o parto; estimular boas práticas para gestores e profissionais de saúde visando o enfrentamento à sífilis congênita e transmissão vertical; reforçar a importância da testagem para que sejam identificados adequadamente os casos positivos e iniciar o tratamento imediato da gestante e suas parcerias sexuais para evitar a transmissão para a criança e reduzir a disseminação da sífilis no Brasil. 
Para acessar o material da campanha, clique no site: https://sifilisnao.com.br/

 


 
*Isabelle Mendes - Pesquisadora do LAIS/UFRN / Apoiadora da Campanha na Paraíba/Sífilis Não

Edição: Cida Alves