Paraíba

MÚSICA

Bixarte lança clipe e single “Travesti no Comando da Nação”

No trabalho, cantora paraibana denuncia e indica sujeitos que cometem violências contra travestis e mulheres

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Bixarte e a Fúria Negra. - Luigi Apolínário

A cantora Bixarte lançou nesta segunda (31), a segunda parte do Projeto “A Nova Era”, com o single e clipe “Travesti no Comando da Nação”. O trabalho é um manifesto que denuncia e indica sujeitos que cometem violências contra travestis e mulheres trans. Confira a seguir:

A música fala sobre reparação histórica, ocupação e ressignificação de templos: uma das principais propostas é desmistificar a prática de violências contra as pessoas LGTQIA+ justificadas por dogmas religiosos. “Precisamos que as pessoas enxerguem que Deus não é homofóbico, transfóbico e racista, mas sim amor. A igreja tem fechado as portas nas nossas caras e demonizando nossos corpos, jeitos, falas e desejos, nós não vamos mais tolerar isso.” diz Bixarte. 

A cantora convida a DJ Dorot Ruanne para afirmar a (r)existência desses corpos, através do beat que passeia pelo house, pop e tcno vogue, ritmos inéditos na carreira da artista. “Eu estou num processo experimental muito gostoso, no qual estou podendo brincar com ritmos e amadurecer futuros projetos. O vogue foi criado e faz parte do cotidiano das pessoas LGBT, é um ritmo que me pertence, que escuto muito.”

Travesti no Comando da Nação é um convite para que os corpos silenciados se manifestem resistindo e dançando através do vogue. Por isso, a cantora em parceria com a BallRoom BR vai lançar no dia 03 de junho, uma categoria virtual de ballroom, no qual pessoas trans e travestis vão poder participar performando a música lançada. 

A poderosa Bixarte

Cantora, compositora, poetisa e rapper são faces da arte que a Bixarte explora. Ela é Bicampeã do Slam estadual da Paraíba, finalista do Slam Brasil e ganhadora do Festival de Música da Paraíba. Aos 18 anos, lançou seu primeiro trabalho musical chamado "Revolução" e aos 19 sua mixtape "Faces" e "Faces Remix". Como preta, periférica e travesti, Bixarte canta e recita sobre o que vive e também sobre a urgência de falar sobre corpos invisibilizados. 
 

Edição: Heloisa de Sousa