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PETROBRAS

Petroleiros da Bahia suspendem greve temporariamente após reabertura de negociação

Categoria decretou greve depois do anúncio da finalização da venda da Refinaria Landulpho Alves

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
No último dia 08, a direção da Petrobrás anunciou a finalização da venda da Rlam. - Sindipetro BA

Na última quinta-feira (18), os petroleiros da Bahia suspenderam a greve da categoria no estado. O motivo da suspensão foi o pedido da Petrobrás pela reabertura da mesa de negociação com o Sindicato dos Petroleiros da Bahia - Sindipetro Bahia. A categoria havia aprovado o início da greve para a quinta-feira (18), e realizou um ato em frente à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), com a presença de trabalhadores, entidades sindicais e movimentos sociais do estado e de todo o país, contra a venda da refinaria, pela garantia dos empregos, fim do assédio aos trabalhadores, garantia dos direitos, benefícios, salários e de um ambiente laboral saudável.

O Sindipetro Bahia decidiu pela suspensão do movimento grevista, de forma temporária, embora o estado de greve esteja mantido. O coordenador da entidade, Jairo Batista, explica que: “para realizar uma greve legal é preciso haver um impasse negocial e diante do comunicado da Petrobras externando sua vontade de exaurir a negociação, o sindicato, aconselhado, inclusive por sua assessoria jurídica, decidiu pela suspensão da greve e retorno à mesa de negociação”. 

Por outro lado, o sindicato afirma que caso não haja avanços satisfatórios nas negociações, o Sindipetro vai definir posteriormente uma nova data de início da greve, que já foi aprovada pela categoria.

Solidariedade da classe trabalhadora

O ato em defesa da Rlam contou com a presença de trabalhadores, entidades e movimentos da Bahia e de outros estados, demonstrando a solidariedade e unidade em defesa da Petrobras, dos trabalhadores e da soberania popular.  Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), representantes de outras centrais sindicais como a CSPConlutas; A diretoria da Federação Única dos Petroleiros (FUP),  representantes da Federação Nacional dos Petroleiros, de outros Sindipetros do Brasil.

O Sindipetro Bahia ressalta que a ideia agora é atuar em duas frentes, dando continuidade à negociação e, caso não haja avanço, retomar a greve. E, no entanto, a greve pode ser nacional, pois os problemas vividos pelos trabalhadores da Bahia são similares aos dos trabalhadores das unidades da Petrobrás de outros estados.

Os petroleiros reiteram, que “além da pauta corporativa, em defesa da manutenção dos empregos, dos direitos dos trabalhadores próprios e terceirizados, do meio ambiente do trabalho, contra o assédio moral, a FUP e os Sindipetros também darão continuidade à campanha em defesa do Sistema Petrobrás e contra a venda das refinarias e terminais da estatal, denunciando os prejuízos que a entrega das refinarias causará ao povo brasileiro como a criação de monopólios privados, além da possibilidade de desabastecimento de derivados de petróleo, principalmente do gás de cozinha em algumas regiões do país, e o aumento ainda maior dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha”.

Venda da Rlam 

No último dia 08, a direção da Petrobrás anunciou a finalização da venda da Rlam, primeira refinaria do sistema Petrobrás, localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia. Segundo a estatal, o Mubadala Capital apresentou a melhor oferta final pelo valor de US$ 1,65 bilhão. Além da Rlam, de acordo com a imprensa do Sindipetro Bahia, estão sendo entregues 669 quilômetros de oleodutos, que ligam a refinaria ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus, que também está sendo vendido no pacote que inclui ainda outros três terminais da Bahia (Candeias, Jequié e Itabuna).

*com informações da assessoria de imprensa do Sindipetro Bahia.
 

Edição: Elen Carvalho