Pernambuco

ENTREVISTA

Entenda o que é o Pix, quais as vantagens e quais cuidados tomar ao utilizá-lo

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf, projeta que nova forma de pagamento pode reduzir taxas de bancos convencionais

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O Pix é uma forma de pagamento instantânea, criada e gerenciada pelo Banco Central, para realizar pagamentos e transferências financeiras - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Neste mês surgiu uma novidade para os brasileiros em termos de novos sistemas de pagamento: o Pix, uma opção que vem como alternativa aos cartões de crédito e débito e ainda ao dinheiro vivo. O novo sistema, lançado pelo Banco Central, começou a operar nesta segunda (16) e para falar sobre isso, o Brasil de Fato Pernambuco entrevistou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Confira:

 

Brasil de Fato : O que é o Pix e como ele funciona?

Juvandia Moreira: O Pix é uma forma de pagamento instantânea, criada e gerenciada pelo Banco Central, para realizar pagamentos e transferências financeiras. Se você quer comprar uma roupa, você pode pagar pelo Pix. Hoje, é no cartão de crédito, débito, ou no dinheiro. Sendo nos cartões, há uma taxa para o lojista e que, em última instância, está no preço da roupa também. Com o Pix você também pode pagar boletos, conta de energia, água, impostos, taxas, em qualquer dia, inclusive nos finais de semana. 

Para ter o Pix, você tem que ter uma conta corrente, poupança ou conta pagamento que pode ser feita pelo celular, pelo internet banking, agência bancária ou em lotéricas. O banco é obrigado a autorizar essa função do Pix para o cliente.

Brasil de Fato: No início deste ano, um levantamento apontou que o brasileiro gasta em média R$ 915,00 por ano em taxas de bancos. Quais as vantagens do Pix para a população? 

JM: A grande vantagem é ser livre de taxas e ser feita em segundos, em qualquer dia da semana. Há também coisas que ainda não sabemos e tem questões de segurança que são questionáveis. Por exemplo, se você tiver o dinheiro na sua conta, você precisa cadastrar uma chave que pode ser seu e-mail, seu CPF, ou uma chave auto-numérica. Todo mundo precisa cadastrar essa chave pra fazer a transferência. Com o Pix você também tem que tomar cuidado sobre como vai ficar sua segurança.

Brasil de Fato: Com a pandemia, nós temos visto o crescimento e transações digitais, mas também de crimes e fraudes na internet. Quais os cuidados ter na hora de usar o Pix e as ferramentas de internet banking e pagamento digital?

JM: Esses golpistas vivem mandando e-mails dizendo que sua senha expirou, fingindo ser um banco, direcionando para algum link. Banco nenhum manda nada disso, não acesse. Ligue na agência, fale com o gerente da sua conta. Isso é golpe, gente querendo pegar seus dados. Você tem que entrar no próprio aplicativo do banco ou na internet do seu banco e fazer as coisas por lá. Nunca através do e-mail, SMS ou Whats App, o banco não faz isso. O Pix é uma função boa, algo que pode ser muito bom e prático, mas a população também que ter muito cuidado em relação a segurança. 

Brasil de Fato O Pix começa a funcionar oficialmente nesta segunda feira, mas cerca de 25 milhões de brasileiros já se cadastraram na ferramenta. Existe a possibilidade de os bancos diminuírem ou zerarem taxas para se tornarem mais competitivos com o Pix?

JM: Teoricamente você teria que ter um resultado em comércio, uma reversão dos custos, porque se eu comprar uma roupa, por exemplo, mesmo que eu compre com cartão de débito, estou pagando R$ 2,00 para a maquininha do estabelecimento. Tem que reduzir isso no preço da mercadoria, deveria reduzir os custos também no comércio. A gente vai ter que observar esse comportamento para saber o que vai acontecer nos bancos. Porque obviamente você vai fazer tudo pelo Pix e não pagando, então o banco tem que fazer redução nas suas tarifas. 

Edição: Monyse Ravena