Coluna

Derrotar Bolsonaro nas ruas, nas redes e nas urnas

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Essa batalha determinará as condições de sobrevivência, luta e organização da classe trabalhadora, por isso, é um momento importante para os movimentos populares - Flickr Levante Popular da Juventude
É nossa tarefa dedicar energias no combate ao enraizamento do bolsonarismo

Esse ano de crise econômica e pandemia de covid-19 foi ainda mais sofrido para o povo trabalhador do nossos país, e ficou evidente a importância de termos governos e parlamentares progressistas na defesa dos interesses da maioria da população, que é pobre, e sofreu triplamente as consequências dessa crise.

Estamos nos aproximando de mais um momento decisivo para a política brasileira com a chegada das eleições 2020, na qual não cabem vacilações. É preciso derrotar o bolsonarismo nas ruas, nas redes e nas urnas!

Temos afirmado que Bolsonaro é liderança de um movimento neofascista na sociedade brasileira, que temos chamado de bolsonarismo. O movimento neofascista na sociedade por si só é um risco para a democracia e para as forças populares, combinado com a condução do governo federal e a penetração nos aparelhos estatais representam um risco ainda mais grave.

Só ao longo desse ano pudemos observar o descaso com a vida da população diante da pandemia e a política genocida do governo liderado por esse setor neofascista. Sem falar da intervenção direta de Bolsonaro na polícia federal, transformando-a numa polícia política, a serviço dos seus interesses.

Além disso, inúmeros crimes ambientais devido à política de desmonte dos órgãos ambientais - esse ano vimos nossa Amazônia em chamas e um crescimento de mais de 220% dos incêndios no pantanal. E agora, em novembro de 2020, o grande objetivo do bolsonarismo é se enraizar nas câmaras municipais e prefeituras Brasil a dentro.

Os impactos da vitória bolsonarista na vida concreta do povo são de ordem econômica, social, ambiental, cultural e política

Por outro lado, ficou evidente a relevância do papel dos parlamentares de esquerda na luta para ampliar o auxílio emergencial de R$200, que era a proposta do governo federal, para R$600 e R$1200. Além de batalhar também pela continuidade do auxílio para além das 3 parcelas que o governo queria oferecer.

Outro passo importante ao longo desse ano foi a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para a educação, uma conquista fundamental para combater as desigualdades regionais.

Essas conquistas e derrotas têm impacto concreto na vida da população mais pobre. Não são apenas dados e teses, são medidas concretas que asseguram o pão na mesa da família ou o retorno da fome para a maioria dos lares brasileiros.

Nesse momento de luta eleitoral, os projetos políticos antagônicos estarão em disputa. Ou seja, os interesses e conflitos de classe se expressam nessa trincheira da luta, e terão impactos decisivos diante da possibilidade de enraizamento do bolsonarismo que, diga-se de passagem, está melhor posicionado do que nós da esquerda brasileira.

Os impactos da vitória bolsonarista na vida concreta do povo são de ordem econômica, social, ambiental, cultural e política. E sobretudo, é um grave impacto também para a capacidade de organização popular.

Desde 2014, quando foi eleito o Congresso Nacional mais conservador desde a ditadura militar, temos constatado um crescimento da extrema direita no Brasil nas ruas, nas redes e nas urnas, parte representado pela alta classe média e parte representado pelas classes populares principalmente ligadas às igrejas neopentencostais.

Esse ano já pudemos observar o crescimento em 19% com relação à 2016 do número de candidatos pastores - sem a pretensão de generalizar, pois não necessariamente todos são de direita. Assim como, o crescimento em 44% dos candidatos militares com relação à 2016, demonstrando o possível crescimento do setor conservador ligado à bancada da “bíblia, bala e boi” diante da ascensão bolsonarista à Presidência da República.

As eleições 2020 serão, portanto, uma arena da luta de classes, na qual os nossos inimigos vão lutar para alcançar seus objetivos. Da nossa parte, cabe materializar no terreno da luta eleitoral a nossa tática: combater, isolar e derrotar o bolsonarismo.

É nossa tarefa dedicar energias no combate ao enraizamento do bolsonarismo, fazendo a boa e velha batalha das ideias. Essa batalha determinará as condições de sobrevivência, luta e organização da classe trabalhadora, por isso, é um momento importante para os movimentos populares. Até o próximo 15 de novembro é nosso dever intensificar o diálogo com o povo para ampliar a força do nosso projeto nas câmaras e prefeituras de todo país.

Edição: Leandro Melito