Paraná

LUTA

Trabalhadores da Renault passam de 10 dias de greve em repúdio às 747 demissões

Sindicato quer cumprimento de lei que estabelece condições para empresas que recebem incentivos fiscais

Curitiba (PR) |
Trabalhadores da Renault cruzaram os braços em defesa dos empregos na montadora - Foto: Divulgação I Diagramação: Vanda Morais

Em 21 de julho, a diretoria da Renault, com fábrica em São José dos Pinhais, anunciou a demissão de 747 trabalhadores. Em assembleia na tarde da segunda (27), os trabalhadores decidiram manter a greve iniciada no dia das demissões, completando dez dias do movimento.

Os metalúrgicos querem que a empresa reverta a demissão e que o governo do estado faça ser cumprida a Lei 15.426/2007, que apresenta uma série de condições às empresas que receberam incentivos fiscais do Estado, caso da Renault.

Em entrevista ao programa “Quarta Sindical” (CUT Paraná e Brasil de Fato Paraná), o vice- presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson de Souza, disse que foi feita uma primeira conversa com Ratinho Jr. “Fizemos uma conversa com o governador nesta terça feira (28), pedindo punição rigorosa à montadora pelo descumprimento da Lei 15.426. Que a empresa devolva tudo o que ganhou do Estado.”

A lei prevê que as empresas que receberem incentivos fiscais de qualquer natureza para implantação ou expansão de atividades no Paraná deverão promover a “manutenção de nível de emprego e vedação de dispensa”. Outra conversa realizada pelo sindicato foi com o prefeito de São José dos Pinhais, Antônio Benedito Fenelon. “Pedimos audiência porque, na mesma lei, o município também concedeu incentivos fiscais. E a perda desses mais de 700 empregos, que envolvem famílias que circulam no município, vai causar grande impacto na economia local”, diz Nelson.

Ele informa também que as demissões envolveram pessoas que estavam afastadas por motivos de saúde. “Teve trabalhador com Covid-19 demitido, outro afastado por ter feito cirurgia”, afirma. “Essas irregularidades, somadas às demissões feitas sem diálogo, mobilizaram trabalhadores que não foram demitidos.” A Renault afirmou, em nota, que o corte dos funcionários no Paraná faz parte da estratégia de enxugamento da estrutura.

Audiência pública

Por iniciativa do deputado Arilson Chiorato (PT), será realizada audiência pública que debaterá as demissões dos 757 trabalhadores da Renault na sexta feira, 31, às 10h, por videoconferência pelo sistema Zoom, via redes sociais da Assembleia Legislativa do Paraná.
 

Edição: Gabriel Carriconde