Bahia

LITERATURA

Festa literária movimenta Cachoeira, no Recôncavo Baiano 

Mais de 50 mil visitantes são esperados durante os quatros dias de evento

Brasil de Fato | Cachoeira (BA) |
As crianças também sobem ao palco para apresentações teatrais.
As crianças também sobem ao palco para apresentações teatrais. - Dani da Gama

Teve inicio na última quinta-feira (05) e segue até domingo (08), a sétima edição da FLICA – Festa Literária Internacional de Cachoeira. Durante os quatro dias, acontecem rodas de conversa, oficinas, recitais, apresentações culturais e leituras para todos os gostos e idades. Um dos espaços que ocupa de versos a cidade recebeu o nome de “Educar para transformar” e, logo na manhã do primeiro dia, foi visitado pelos estudantes da rede estadual de ensino e pelos alunos que participaram do concurso Recital de Gregório de Mattos. 

Entre eles, estava a jovem poeta Iasmin Carolaine de Matos Gonçalves, de 17 anos, estudante e secretária. Ela explica que sua relação com a literatura é muito forte. “Começou desde cedo, aos nove anos”, relembra. E conta sua trajetória: “Ano passado uma professora me trouxe essa proposta de ir pra FLICA e apostou muito em mim. Então eu falei, vou investir em mim também, porque eu nem fazia isso, era taxada como sentimentalista”. 

Iasmin acredita que a poesia toca as pessoas e cura a alma. Crê que, quando escreve, “correntes estão sendo quebradas”. Para ela, “poesia é dar um grito escrevendo”. Iasmin tem uma página no instagram e no facebook (https://www.facebook.com/iiasminn/) e acredita na “democratização” do fazer poético: “Quando eu sou apresentada e chamada pra ir na frente declamar eu gosto de sair da plateia, pra dizer assim, poxa, ela estava aqui do meu lado, então eu posso fazer poema também!”

Nesta plateia, encontramos Naiana Carvalho Gonçalves, também de 17 anos, que veio com a turma da escola do município de Conceição da Feira. Ela explica que literatura é “uma forma de descobrir novos horizontes, novos meios para aprender a interagir não só com a sociedade, mas consigo próprio”. E também se arrisca na escrita: “Sinto que estou me completando, é uma sensação boa porque além de escrever estou colocando em palavras algo que eu estou sentindo.” No espaço também ocorreu o momento de microfone aberto, em que qualquer passante podia parar e dizer seus próprios versos.

A criançada também teve seu espaço! No Cine Theatro Cachoeirano diversas apresentações encantaram o público na Fliquinha. No espetáculo Caderno de Rimas, atores mirins da Companhia Novos Novos de Salvador se apresentaram em um cenário onírico repleto de nuvens e um balão, tocando canções com instrumentos improvisados como bolas e outros brinquedos.

O mestrando em Ciências Sociais Fabio Alex Ferreira da Silva, de 32 anos, assiste ao festival pelo segundo ano e tece boas críticas ao evento. Ele afirma que a programação está interessante e trazendo temas relevantes para a população da cidade. “O evento já foi mais distanciado da realidade de Cachoeira”, diz. Ele explica que, nesta edição, o festival está reconhecendo mais as pessoas que já trabalham com isso durante o ano todo.

E Gibi também tem lugar?

Tem, sim senhor! Na praça Teixeira de Freitas encontramos estacionada a Gibiteca do Guilherme Santana de Lima: uma bicicleta com uma pequena cesta repleta de gibis acoplada à sua garupa. O menino, de apenas 10 anos, estudante de Santo Amaro, teve a ideia da gibiteca ainda na escola. Como ele lia muitos gibis e os colegas sempre pediam emprestado, ele acabou pensando numa forma de gerar uma rotatividade das revistinhas entre os amigos. Hoje, a gibiteca vai para praças, para o abrigo de idosos São Domingos e outras escolas. Para doar gibis ou conhecer mais do trabalho do Guilherme visite o seu Facebook .

Mais de 50 mil visitantes são esperados durante os 4 dias de evento, de acordo com o assessor de imprensa da Prefeitura, Murilo Santana. Para conferir a programação completa e não ficar de fora, acesse o site do festival!
 

Edição: Elen Carvalho